Friday, June 10, 2011

O modelo sérvio Andrej Pejic


Modelos andróginos não são novidades mas o sérvio de 19 anos Andrej Pejic está encantando o mundo da moda com seu look ultra feminino. Com a estrutura óssea de Natasha Poly, os olhos de gato de Jessica Stam e o cabelo de Karolina Kurkosa, Pejic conseguiu chamar a atenção de Marc Jacobs que o contratou para a próxima campanha primavera/verão de sua linha Marc by Marc Jacobs. Que inveja de ver tanta beleza feminina em um homem!

Quando vimos que a revista masculina FHM nomeou Andrej Pejic o número 98 na lista de mulheres mais sexys do mundo achamos o gesto muito atitude. Mas depois que vimos o texto, acompanhando o título, cheio de piadas de mal gosto chegando a chamar o modelo de “coisa” não entendemos a agressividade. A revista não deu declarações ainda sobre o gesto feio mas já retirou o texto de seu site.

O modelo sérvio foi um dos destaques do desfile da Ausländer, que fecha a programação do Fashion Rio, neste sábado (4), falou aos jornalistas e posou para fotos antes da apresentação. O rapaz de 19 anos e traços finos vai caminhar pela passarela com looks feminino e masculino e elege seu favorito: “Nesta coleção, prefiro as roupas feitas para mulheres”, admite Pejic, que atualmente ocupa o 11º lugar no ranking dos modelos mais importantes do mundo do site Models.com . E fez carreira pela sua aparência andrógina e desfilou para grandes marcas como Jean Paul Gaultier e Givenchy.

Andrej diz que se sente honrado por participar de um evento no Brasil e rende elogios ao Rio: “A cidade é mesmo maravilhosa”. O modelo, que está hospedado em Copacabana, conta que conseguiu um tempo livre para dar uma volta na praia e comenta estilo dos brasileiros: “A maneira como vocês se vestem é incrível”.
O sérvio aproveitou para falar da transexual Lea T, que foi aplaudida ao desfilar de biquíni pela grife Blue Man. “Somos amigos. Ela estava linda”.

A edição da revista Dossier que traz o modelo na capa com o dorso nu foi censurada em duas das maiores livrarias norte-americanas. A decisão foi tomada para evitar que consumidores confundissem o moço com uma mulher.

Nas unidades da Barnes & Noble e da Borders, a publicação está sendo vendida coberta com um plástico fosco. O diretor da revista protestou contra a decisão. "Sabíamos que a capa trazia uma imagem andrógina muito forte e que algumas pessoas poderiam sentir-se desconfortáveis. É em parte o motivo da escolha. Mas acho que deixou as pessoas muito desconfortáveis", disse Skye Parrott ao site Jezebel. Parrott afirmou ainda que nunca ouviu decisão semelhante, já que homens posam seminus para capas de revistas a todo o momento.

A androginia é pregada por alguns criadores de moda como um das possibilidades para a roupa do futuro. Nesse quesito, grandes maisons têm ratificado a previsão não só em produtos, mas também na escolha de seus modelos, que tornaram-se signos da mudança. Caso da transexual brasileira Lea T., musa de Riccardo Tisci, diretor criativo da Givenchy, e de Andrej Pejic.

O desfile de Jean Paul Gaultier na fashion week masculina de Paris foi marcado pelo casting de meninos com longos cabelos penteados ao estilo diva. O designer inspirou-se em James Bond para sua coleção inverno 2011. Fato reverenciado pela crítica, já que o personagem masculino foi refeito delicadamente com a pegada ambígua da moda de Gaultier. Na passarela, o estilista mostrou um alter-ego feminino, o James Blonde, encarnado pelo teenage boy Andrej, transformado em bombshell.

O début de Andrej Pejic aconteceu em julho de 2010 na mesma fashion week de Paris. Desde então, ele ilustrou as edições japonesa, italiana, turca e francesa da Vogue. Mas o modelo não quer ser conhecido pela polêmica, como disse ao Daily Best, mas como um símbolo da transformação nas imagens de moda, em que a diferença entre atitudes masculinas e femininas não importa tanto.

Ele capitaliza com a curiosidade do mercado, e nessa temporada soma a seu currículo o sucesso dos atuais desfiles de Paris mais as campanhas de Marc by Marc Jacobs e da nova coleção de Jean Paul Gaultier. Segundo o The New York Times, 2010 vai ser lembrado como o ano dos transexuais, e a tendência já desembarcou em 2011.

O Huffington Post que o modelo quer estampar a capa da Playboy. Ele que foi descoberto quando trabalhava no McDonald´s, virou sensação no mercado da moda, na maioria das vezes desfilando como mulher para as principais marcas do mundo. “A indústria fashion é muito liberal. Você pode ser você mesmo, só não pode ser gordo”, brincou ao Telegraph.

“Adoraria fazer a Playboy com o Terry Richardson. Amo a revista e o Terry seria a pessoa certa para fazê-la”, continuo. Vamos ver se a revista é tão liberal quanto a “indústria fashion”. RG acha que ia vender um monte.

O modelo, assim como a transexual Lea T., movimentou as últimas temporadas de moda, garantindo ao seu gênero um espaço de destaque na moda. Esse fato frequentemente leva a mídia a fazer comparações entre os dois. Andrej falou ao StyleCaster sobre o assunto e afirmou que realmente a vida pessoal dele e de Lea são semelhantes, principalmente quanto às metas que possuem, no entanto, no âmbito profissional não é assim.

“Algumas pessoas na indústria da moda vão nos usar de um jeito parecido para representar idéias semelhantes, algumas vão querer que eu seja um pouco diferente dela – mais andrógino, mais ‘garoto’ ou até assexuado ao invés de feminino. Profissionalmente eu sou capaz de ser bem versátil.”

Ao que tudo indica, Andrej não se preocupa nenhum pouco em ser ofuscado por Lea T.

Fã de Balenciaga, Prada, Gucci e Gareth Pugh, o modelo também contou que não faz dieta. “Sou naturalmente magro.” Ele também fez questão de deixar claro que não colore o cabelo. “É natural! Na campanha da Jean Paul Gaultier, disseram que fiquei parecido com a Karolina Kurkova, mas na verdade foi ela que ficou igual a mim”, disse em tom de brincadeira.

Natural da Bósnia, Andrej já confirmou sua vinda para o São Paulo Fashion Week, onde fará alguns desfiles, disse que conhece o trabalho de Alexandre Herchcovitch e que Raquel Zimmermann é a sua modelo predileta. ” Antes de encerrar o papo, elogiou o Brasil. “O país e as pessoas são lindas.”

Nascido em Tuzla, na Bósnia-Herzegovina, o modelo e sua família fugiram da região, devastada pela guerra nos anos 90, e se estabeleceram em Melbourne, na Austrália. 





























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